quarta-feira, 15 de maio de 2002

para uma garotinha católica, de cabelos devassos:

... tô te dizendo Matias, vi. ele falou alguma coisa? eu ia contar, mas notei que Matias não tinha interesse em ouvir, continuava cavando os buracos rente ao alambrado. e se você falasse com o padre Esteira? e tu achas que posso falar alguma coisa com um padre que se chama Esteira? posso quando muito deitar-me sobre ele. explica-me que o padre é de família quatrocentona, não tem os Prado também? pois Prado não é diferente de Esteira, também podes deitar-te sobre. em cima dos prados. mais confortável. que é humilde o tal Esteira. e que ele, sim, vê deus. e como é o deus dele? é luz, Vitório, é luz. tento explicar a Matias que luz é entropia. andei lendo sobre isso no Lupasco. he, cara complicado.Lupasco, é? antagonismo. é a palavra chave em Lupasco. meus antagônicos. antas e agonias. Jorge de Lima num poema: tu, minha anta. fiquei aparvalhado. mas refletindo, é bonito anta. é majestoso, roliço, palpável. Apalpar uma anta deve ser difícil. Apalpo meu coro cabeludo aquecido de sol. ...

(Hilda Hilst – Estar sendo. Ter sido.)

são antagônicos: antas e agonias.
Quanto à impertinente mania da G.H. de trocar nomes, só me lembro de algo ridículo. Meu pai sempre dizia: Não confunda Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão. Não merecia nem mesmo a menção.
E eu, num acesso de inconscientes ciúmes fiz, a quatro mãos, um bolo mármore. Antes cenouras. Agora coco e chocolate. Hummm!!!! ... delícias.
Ora pois, vejam só. E não é que a G.H., além de divertidíssima, pôs-se de verdadeira mãe? Até bolos de cenouras veio a fazer... pois, de senhoras bastam os bolos. Às queijadas, dão lugar os queixumes.

E, o amor materno que esta garota alta, bonita e séria, tem pelo Linus é um mais que audível chamado das entranhas: