sábado, 28 de setembro de 2002

para ser grande, sê inteiro: nada
teu exagera ou exclui.
sê todo em cada coisa. pôe quanto és
no mínimo que fazes.
assim em cada lago a lua toda
brilha, porque alta vive.


(Ricardo Reis)

para uma acadêmica sandy



Fiquei louco com o bolo de banana da minha sogra. Delícia!

(Festa da Ju - Menote)

E foi aniversário da Juh-Lai-Lama, com uma festa num terraço que tinha muito samba-rock e uma vista linda da cidade. E tinha Carol, Schroeder, Zé, Pander, Tantri, Ciba, Menote, Puliça, Melissa, Dani, Patrícia, um tanto de gente...E todos ficaram iluminados!
Debaixo d'água

Debaixo dágua tudo era mais bonito
mais azul mais colorido
só faltava respirar

Mas tinha que respirar

Debaixo dágua se formando como um feto
sereno confortável amado completo
sem chão sem teto sem contato com o ar

Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia

Debaixo dágua por encanto sem sorriso e sem pranto
sem lamento e sem saber o quanto
esse momento poderia durar

Mas tinha que respirar

Debaixo dágua ficaria para sempre ficaria contente
longe de toda gente para sempre
no fundo do mar

Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia

Debaixo dágua protegido salvo fora de perigo
aliviado sem perdão e sem pecado
sem fome sem frio sem medo sem vontade de voltar

Mas tinha que respirar

Debaixo dágua tudo era mais bonito
mais azul mais colorido
só faltava respirar

Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia

(Arnaldo Antunes)


E passou o aniversário do Lindus, e eu nem pude comparecer! Que puxa...

E na vida, se tudo pode acontecer..., lhe desejo o melhor; ou melhjor, o meu desejo...

se tudo pode acontecer...
se pode acontecer qualquer coisa
um deserto florescer
uma nuvem cheia não chover

pode alguém aparecer
e acontecer de ser você
um cometa vir ao chão
um relâmpago na escuridão

e a gente caminhando de
mão dada de qualquer maneira
eu quero que esse momento
dure a vida inteira
e além da vida ainda
de manhã no outro dia
se for eu e você
se assim acontecer


se tudo pode acontecer...


(Arnaldo Antunes/Paulo Tatit/Alice Ruiz/João Bandeira)




... presentes do Recife ...


Todo vermelho, descascando, com vaquinhas e casinhas de presente voltei. Fiquei com saudades de casa, e do meu amor, mas adorei Recife. Praia, canal, praia, canal... parece que água é tudo que a gente pode ver ali. Mas tem muito mais: bolo de rolo, tapioca, carne de bode, sovaco de cobra, suco de mangaba, torta de cajá, cartola, queijo manteiga, queijo coalho, ensopado de siri, camarão, pirão de caranguejo, casquinha de caranguejo, peixe agulha frito, água de coco na praia, humm!!! E um paradoxo: o povo que é tão áspero e cortante no comércio é maravilhoso na hora de nos acolher. Tive a sorte de encontrar muita gente legal, que me levou pra conhecer toda a cidade (a velha e a nova). E quantas pontes, quantas ruas, quantas casas antigas... meu Lindus ia querer todas pra gente morar. E tem Olinda, ali bem pegadinha - Ouro Preto à beira-mar, com as mais bonitas talhas que já vi. E o Porto, de Galinhas, às quais Schroeder mandou abraços. E tome tapioca na praça, peixe agulha no mirante. Irmandade de Santa Gertrudes, ofício de mulheres. Azulejo português na parede, paliçada holandesa nos subterrâneos. Trinta graus de sol no quengo. E Eckhout!!

Depois desta semana minha cidade me pareceu mais calma que nunca...