terça-feira, 23 de setembro de 2003

a fulô tá fula com os fulanos que fizeram feio fugiram e ela ficou




é uma barbaridade o que se anda fazendo

com essa nêga fulô!

nem que ela gritasse

esperneasse

chorasse

alguém escutaria

de tão sozinha

essa nêga fulô

sexta-feira, 19 de setembro de 2003



esse mês, temos uns bolinhos especiais - um certo Lindus fez aniversário junto com uma Fulô muito das GH

a festa foi ótima... basta olhar lá no blog deles pra saber

e agora, vai ser a vez da Jhu-Lai Lama se atolar em Macacos

V.I.V.A.S
Outro dia, recebi um recado: - esse René não atualiza mais o blog... ficou preguiçoso!!!
Éeeeh... tinha que ser uma certa Mel-issa prá falar uma coisas dessas prum pobre blogueiro que anda trabalhando mais que jumento saltimbanco!!

Bom, para que eu não continuasse tão em dívida com essa menina, postei meu texto sobre o Cassino, que, na verdade, faz parte do trabalhão que anda me ocupando muito, e muito.

Ando com saudades de ler os blogs amigos, de encontrar os amigos, e escrever...



Visto de longe, parecia flutuar... Erguido sobre o promontório, era uma enorme caixa retangular acoplada a uma caixa oval. Ao seu redor, um jardim colorido havia sido recortado pelas bifurcações de um caminho tão sinuoso quanto um pensamento distraído. Mais de perto, podia-se ver, através da fachada de vidro, os movimentos no seu interior. À porta, sob uma marquise de inesperado recorte, havia uma imensa escultura, um corpo nu de mulher. Depois dela, um amplo salão – recheado com colunas de alumínio, mesas de jogo, roletas, fichas, taças e muita gente – confirmava as expectativas: era o edifício sonhado por JK, projetado por Niemeyer, decorado pelo paisagismo de Burle Marx e pela escultura de Zamoyski. Era o Cassino da Pampulha, que, nos três anos que separaram sua criação da proibição do jogo no Brasil, em 1946, revolucionou os hábitos belorizontinos quase tanto quanto modernizou a arte de construir.
Dentre aquela gente eufórica que circulava pelo salão, uns se distraiam contemplando a face esquerda do edifício (aquela película de vidro) a se abrir em uma ampla vista para o lago; amplidão que se refletia na parede oposta, coberta de espelhos rosados. Outros, subindo ou descendo as rampas de alabastro que ligavam o salão ao mezanino, repetiam o espanto do prefeito da cidade: Nunca havia visto um edifício com rampa, em lugar de uma escada.
Seguindo pela rampa que ladeava os espelhos, o som da música aumentava, ecoando instrumentos de orquestra, vozes de renomados cantores e passos double de vedetes. Ali em frente, o corredor se abria numa sala oval: o grill-room, todo transparente, todo de vidro. Inclusive o chão, que brilhava luzes coloridas sob os pés de quem dançava. Acima da pista de dança, o estratégico recorte do teto produzia um impressionante efeito acústico: os sons da música executada no palco, ao passar por ali, tornava-se mais potente, sendo novamente reduzido ao atingir as mesas, do outro lado do salão. Nas mesas, outras inovações da época eram servidas: o filet tournedor e a maionese, preparados pelo chef Lucas. Já o palco, em forma de feijão, tinha o moderno requinte de ser, também, um elevador capaz de conduzir os artistas do grill-room ao bar do primeiro piso, ou aos camarins subterrâneos.
Além da festa, além do luxo, esse cenário da modernidade tinha, para JK, um sentido político: o de ligar a utopia dos novos tempos à visão daqueles que, há menos de 50 anos, haviam criado Belo Horizonte. O Cassino da Pampulha seria, então, a versão concreta e renovada de um projeto nunca realizado pela Comissão Construtora da Nova Capital: o Cassino do Parque Municipal.


terça-feira, 9 de setembro de 2003

VOZ

Orelha, ouvido, labirinto:
perdida em mim a voz de outro ecoa.
Minto:
perversamente sou-a.


(Antônio Cícero - Guardar)

sexta-feira, 5 de setembro de 2003

Pois passara noites e noites a sonhar
que não se conseguia acabar de vestir
nunca

(Adília Lopes - Maria Cristina Martins)



E passei dias e dias esperando
todo trabalho findar
para as tardes e tardes seguintes
ir ao cinema tomar sorvete namorar

Quem me quer disse
bem
Meu querer disse
sim
Minha vida arrematou
não

que a história não é bem assim