domingo, 16 de junho de 2002

Poema para uma sacerdotiza celta.


FILÓ, A FADINHA LÉSBICA


- escarafunche a foto -

(Hilda Hilst- Bufólicas)


Frida Kahlo
A Janela para a Rua

Aquele que vive só, e que contudo deseja de vez em quando se vincular a algo; aquele que, considerando as mudanças do dia, do tempo, do estado de seus negócios e outras coisas, deseja de súbito ver um braço ao qual poderia aferrar-se, não está em condições de viver muito tempo sem uma janela que dê para a rua. E se lhe agrada não desejar nada, e apenas se aproxima da janela como um homem cansado cujo olhar oscila entre o público e o céu, e não quer olhar para fora, e deitou a cabeça um pouco para trás, contudo, apesar de tudo isso, os cavalos lá debaixo acabariam por arrastá-lo em sua caravana de carros e seu tumulto, e assim finalmente na harmonia humana.

(Franz Kafka – Contemplação)
Não dormi. Fiquei até as seis horas jogando mahjongg. Logo, não consegui assitir ao show do Antonio no museu. A Anta e a Mel me recriminaram.

Anta, oh, minha antinha – que promete me denunciar frente a meu amado -, digo-te: não o fará. Pois o farei. Não dormi, esqueci-me de dormir. Por que dormir, às vezes, parece sem sentido (há tanto o que fazer...), sobretudo quando não há quem me deite. Quando não há quem me cubra (não como às vacas, pois assim não se dorme) com seu cobertorzinho. Quente e macio.