segunda-feira, 24 de julho de 2006

fragmento aberto, de carta pessoal

...e eu aqui... nesse fim de primeiro mundo. super cafoninha, pois me recuso a usar as meias pretas com o tenis branco. na verdade, estou "super out, meu bem", pq diz um dermatologista daqui que tomar muito banho faz mal... no super, eu passo super longe das pessoas, pois meu cheiro de sabonete pode ferir o olfato alheio.

istro dia, eu tava chegando na faculdade, e passei em frente à praça, quando uma moça parou no meio do caminho, procurando uma coisa na bolsa. como era cedo, ela, como muita gente, levava seu pão, sem embalagem, dentro da bolsa. sem cerimônias ela se abaixou, tirou o pão da bolsa, pôs no meio fio. pegou o que queria, guardou o pão novamente. e foi-se. pois bem, a estória do pão no chão não é lenda urbana.

e é por isso que meu orientador choca os alunos dele, dizendo q o Brasil precisa dar aulas de civilidade pra Bélgica...

e o calor continua saárico. outro dia, ouvi um senhor dizer ao seu namoradinho que um africano estava reclamando do calor. e ponderou, preconceituosamente: essa gente mora perto do deserto, e vem reclamar do calor aqui?

pois, eu me sinto em Salvador eô-eô...

um brasileiro ligou de Paris e disse que a cidade estava insuportável. tudo cheira a xixi e c.c.! C'est Paris: trashchicm, mon fils...

vi na tv uma reportagem sobre o 0800 de informações sobre o calor. Uma velhota, à qual não beijarei, perguntava ao atendente o que ela deveria fazer para manter a saúde (quiçá a sanidade). O moço respondeu em bom francês: você terá que estar tomando ao menas um litro de água por dia.

- isso tudo, meu filho? eu não consigo...
- mas, vai estar sendo preciso...
- tu tu tu tu...

Depois o povo fica com dó das velhotas desidratadas, em pó ou defumadas que são encontradas, dias depois, mortas em casa...

no mais, beijos nas crianças

René