sábado, 19 de novembro de 2005

Os selvagens pintam-se e adornam-se reciprocamente, mas são as mulheres que tingem os homens, desenhando mil primores, tais como linhas, ondas e coisas assim semelhantes, em traços tão miúdos, que mais não é possível.

Não diz nenhum livro que existam outros povos com o mesmo costume. É exato que os citas, quando iam visitar seus amigos, por ocasião da morte de alguém, pintavam as faces. As mulheres da Turquia esmaltam as unhas com uma espécie de tinta vermelha ou persa, julgando, desse modo, que se tornam mais belas; mas não tingem o resto do corpo.

As mulheres americanas não tingem o rosto e o corpo de seus filhos apenas de negro, mas de várias outras cores, especialmente uma que se assemelha ao boli armênio. Essa última tinta é fabricada de uma terra gorda como a argila, que dura por espaço de quatro dias. As índias pintam-se as pernas com uma tinta de cor igual ao boli armênio, de modo que, ao vê-las de longe, julgar-se-á que estão metidas em belas calças de fina estamenha preta.

(André Thevet - Singularidades da França Antártica - 1557)

tão inusitada quanto clara rockmore,
pitoresca como um theremin,