Há que se ter sutilezas com os usos da língua
Para as pálpebras, use de leveza
Nos lábios, delicadeza
Na nuca, use-a por inteiro
Já a dos desafetos,
Corte, salgue
E dependure ao vento.
quinta-feira, 22 de setembro de 2005
quinta-feira, 8 de setembro de 2005
IV
Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres mais medo de morrer.
E então serás eterno.
XXVIII
Não faças de ti
Um sonho a realizar.
Vai.
Sem caminho marcado.
Tu és de todos os caminhos.
Sê apenas uma presença.
Invisível presença silenciosa.
Todas as coisas esperam a luz,
Sem dizerem que a esperam.
Sem saberem que existe.
Todas as coisas esperarão por ti,
Sem te falarem.
Sem lhes falares.
Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres mais medo de morrer.
E então serás eterno.
XXVIII
Não faças de ti
Um sonho a realizar.
Vai.
Sem caminho marcado.
Tu és de todos os caminhos.
Sê apenas uma presença.
Invisível presença silenciosa.
Todas as coisas esperam a luz,
Sem dizerem que a esperam.
Sem saberem que existe.
Todas as coisas esperarão por ti,
Sem te falarem.
Sem lhes falares.
(Cânticos - Cecília Meireles)
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