domingo, 5 de maio de 2002

Sobre o Adeus

Prefiro que eu mesmo vá embora. A cada vez, quando quem parte é ele, o meu Lindus, tenho medo de que seja pra sempre. Que ele não volte. E, na janela, fico triste. Como na música de minha amiga Regina Freitas (em parceria com sua irmã Lúcia).

Dentada de Banguela

Tudo era contra tua ausência
Até o criado-mudo reclamou
E num acesso de incoerência
Até o pé da mesa me chutou
Com as notas que eu cantei
pra te chamar
Não pude pagar nem o aluguel
Na minha batucada sem cadência
O canto desse quarto se calou
Quis me afogar num copo d’água
E o braço da cadeira me puxou
(...)
Cega de saudades te enxerguei
E beijei a boca do fogão
(...)
Mas se também não voltares
Irei me eternizar numa janela
Pois saiba que a tua partida
Doeu que nem dentada de banguela
Doeu que nem dentada de banguela


(PS: Disse meu pai que a avó dele – que era banguela – , ao invés de bater nas crianças, mordia. ... e a dor era indescritível! Bem feito, vai brincar com o que não deve, dá nisso.)

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